Antes dominada por tribos indígenas (sobretudo os Pitaguarys), a região hoje ocupada pelo município teve contato mais intenso com os colonizadores em meados do século XVII. No fim de século XIX o povoamento se intensificou, crescendo em torno da lagoa de Maracanaú, que mais de cem anos depois daria nome ao município.
A região foi elevada à categoria de distrito de Maranguape em 1906. Nas décadas seguintes, aumentou sua população, ganhando importância e relativa autonomia. Como resultado disso, iniciou-se nos anos 1950 o movimento pela emancipação de Maracanaú.
Não fosse pelos acontecimentos políticos no nível nacional, Maracanaú já teria hoje mais de 50 anos. Isso porque o então distrito chegou à emancipação inicialmente em 1962 – assim como vários outros municípios pelo Brasil - justamente quando as movimentações no jogo do poder decidiam nos bastidores o futuro do País. Com o golpe militar de 1964, foram revogadas todas as emancipações ocorridas dois anos antes e Maracanaú voltou à condição de distrito.
Só quase duas décadas depois, em 6 de março de 1983, a população decidiu pela emancipação, através de um plebiscito. O ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR), aponta que o Distrito Industrial, instalado no município a partir de 1970, foi fundamental para fomentar o cenário propício à emancipação.
“O distrito industrial foi decisivo e também a Ceasa (Central de Abastecimento do Ceará)”, diz Pessoa. Ele cita que o aumento populacional ocorrido naquela época resultou na construção de vários conjuntos habitacionais, que depois deram origem aos principais bairros do município.
Início conturbado
A primeira eleição municipal de Maracanaú ocorreu em 1984 e teve como vencedor o ex-vice-prefeito de Maranguape, Almir Dutra. Porém, ele não completou mandato, devido a um episódio que marcou decisivamente a trajetória no município. Dutra foi assassinado em fevereiro de 1987, quando estava em uma churrascaria comemorando o casamento de um amigo.
O acusado de ser o mandante do crime foi o então vice-prefeito, José Raimundo. Ele foi afastado do cargo após o então governador Tasso Jereissati determinar intervenção no município. Dez anos depois, José Raimundo foi condenado e preso pela morte de Dutra.